Hazel é uma paciente terminal. Ainda que, por um milagre da medicina,
seu tumor tenha encolhido bastante - o que lhe dá a promessa de viver
mais alguns anos -, o último capítulo de sua história foi escrito no
momento do diagnóstico. Mas em todo bom enredo há uma reviravolta, e a
de Hazel se chama Augustus Waters, um garoto bonito que certo dia
aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Juntos, os dois vão
preencher o pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas.
Comprei esse livro na pré-venda sem ler a sinopse. Simplesmente por dois motivos. O título e o comentário de Markus Zusak - escritor de A menina que roubava livros e Eu sou o mensageiro -, na capa. Não se pode ignorar um comentário dele.
Quando comecei a ler, aconteceu uma coisa inédita. Eu estava economizando o livro para que ele não acabasse. Na primeira sentada li cem páginas. Me obriguei a parar e tentei fazer isso a cada trinta páginas que lia. Era perfeição de mais para somente 280 páginas! O pior era que todo o tempo entre minhas pausas de leitura eu só pensava na história.
Obviamente, quando o livro foi se aproximando do final ficou impossível parar de ler. Eu também ficava muito brava com as pessoas que tentavam me interromper.
Depois, tive problemas quando o livro acabou. Fiquei cerca de um dia sem conseguir ler mais nada. E quando fui ler outros livros, nenhum parecia ser bom o suficiente.
Portanto, se você se tornar um anti-social durante a leitura desse livro ou não conseguir gostar ou ter atenção nas suas leituras seguintes, considere como um efeito colateral de A culpa é das estrelas.
Hazel tem um câncer terminal que está controlado por medicamentos experimentais. Ela já sobrevive a três anos e ainda tem alguns poucos anos pela frente, com ajuda de um aparelho para respirar que ela tem que carregar, sempre, consigo - e claro, seus medicamentos. Ela já não vai na escola a alguns anos mais sua mãe insiste que ela vá ao Grupo de Apoio para Crianças com Câncer. E é lá que Hazel vai conhecer Augustus. Ele teve câncer e por causa disso teve que amputar uma perna. Hoje ele se encontra sem evidências de câncer. Ele vai no grupo para dar um apoio e acompanhar seu amigo, Isaac. É nesse grupo que os dois vão se conhecer e assim se interessar um pelo outro.
Acredito que um livro bom tem que conseguir prender o leitor, questioná-lo sobre alguma coisa, fazer com que ele se emocione e aprenda alguma coisa nova. Johhn Green conseguiu fazer tudo isso nesse livro. Não tem nada que eu desejasse acrescentar ou tirar. Acho impossível alguém conseguir apontar uma coisa ruim a respeito dessa história.
Quando você pensa em um livro em que a personagem principal tem um câncer terminal, logo você imagina uma história bem triste. Mais A culpa é das estrelas não é assim. Você vai chorar. E muito. Mais vai rir bastante também. Parece estranho, uma personagem jovem, que sabe que vai morrer e ainda consegue fazer você rir. John Green conseguiu me fazer dar boas gargalhadas e chorar, na mesma página!
É triste sem ser extremamente dramático e é engraçado sem ser estranho - apesar dos personagens estarem passando por coisas nada engraçadas. Tem o equilíbrio perfeito entre os dois.
Hazel e Augustus são personagens mais que incríveis! Não é só o fato de que mesmo estando enfrentando uma doença eles ainda tem humor. São os questionamentos deles, as revoltas. Tudo isso torna os dois únicos e inesquecíveis. Alias, o livro todo é assim.
Você está atrás de um livro tocante e marcante, esse é o livro. Dificilmente vai achar algum defeito nessas 280 páginas.
Onde comprar o livro? Americanas/ Saraiva/ Submarino.
Assista ao vídeo onde John Green fala sobre A culpa é das estrelas - sério, vale a pena.
" Sempre que você lê um folheto, uma página da Internet ou sei lá o que mais sobre câncer, a depressão aparece na lista de efeitos colaterais. Só que, na verdade, ela não é um efeito colateral do câncer. É um efeito colateral de estar morrendo." pág.11
" Só tem uma coisa pior nesse mundo que bater as botas aos dezesseis anos por causa de um câncer: ter um filho que bate as botas por causa de um câncer." pág.15
" Às vezes, um livro enche você de um estranho fervor religioso, e você se convence de que esse mundo despedaçado só vai continuar inteiro de novo a menos que, e até que, todos os seres vivos o leiam. E aí tem livros como Uma aflição imperial, do qual você não consegue falar - livros tão especiais e raros e seus que fazer propaganda de sua adoração por eles parece traição." pág. 36
" - Foi aquele menino que deu isso para você? - ela perguntou.
- Com isso você quer dizer herpes?" pág.41
"... o que quer dizer com significou? Dada a frivolidade derradeira de nossa luta pela vida, terá algum valor a efêmera carga de significado que a arte nos empresta? Ou o único valor estará em passarmos o tempo mais confortavelmente possível? O que uma história ficcional deveria pretender emular, Augustus? O soar de um alarme? Um grito de guerra? Uma injeção de morfina? Obviamente, como todas as interrogações do universo, esta linha de investigação inevitavelmente reduz-nos a perguntar o que significa ser humano e - pegando emprestado uma frase dos jovens angustiados de dezesseis anos que o senhor sem dúvida repudia - se há algum sentido nisso tudo." pág.67
" Para ser sincera, eu leria até sua lista de compras de supermercado." pág.70
" ... o que me deixou com medo de que, quando eu morresse, eles não tivessem mais nada a dizer sobre mim exceto que lutei heroicamente, como se a única coisa que eu tivesse feito na vida fosse Ter Câncer." pág.96
" Todos nessa história têm uma hamartia sólida como uma rocha: a dela, estar tão doente, a sua, estar tão bem. Se ela estivesse melhor que o senhor ou o senhor, mais doente, então as estrelas não estariam tão terrivelmente cruzadas, mas é da natureza das estrelas se cruzar, e nunca Shakespeare esteve tão equivocado quando fez Cássio declarar: " A culpa, meu caro Bruto, não é de nossas estrelas/ Mas de nós mesmos." Fácil falar quando se é um nobre romano (ou Shakespeare!), mas não há qualquer escassez de culpa em meio às nossas estrelas." pág.106
" ... os mortos são visíveis apenas através do terrível olho vigilante da memória. Os vivos, graças aos céus, mantém a capacidade de surpreender e de decepcionar." pág.107
"... não importa o quão forte seja o impulso, não importa o quão alto se chegue, não será possível dar uma volta completa." pág.117
" - Estou apaixonado por você e não quero me negar o simples prazer de compartilhar algo verdadeiro. Estou apaixonado por você, e sei que o amor é apenas um grito no vácuo, e que o esquecimento é inevitável, e que estamos todos condenados ao fim, e que haverá um dia em que tudo o que fizemos voltará ao pó, e sei que o sol vai engolir a única Terra que podemos chamar de nossa, e eu estou apaixonado por você." pág.142
" - As pessoas sempre acabam ficando insensíveis à beleza.
- Eu ainda não fiquei insensível a você - ele retrucou, sorrindo." pág.150
" - Ah, eu não ia me importar Hazel Grace. Seria uma honra ter o coração partido por você." pág.161
" - O senhor deve nos desculpar, mas nós não falamos sueco.
- Bem, é claro que não falam. Eu também não. Quem é que raios fala sueco? O importante não é o que as vozes estão dizendo, o que quer que seja, mas o que as vozes estão sentindo." pág.172
" Até onde eu sei, você pode escolher a forma como contar uma história triste nesse mundo, e nós fomos pela opção divertida..." pág.190
" - Uma metáfora das boas - ele balbuciou.
- É mesmo? - perguntei.
- A imagem em negativo de coisas sendo unidas pelo vento e depois indo pelos ares - ele falou." pág.191
" - Não é justo - falei. - É tudo tão injusto...
- O mundo não é uma fábrica de realização de desejos." pág.195
" - Grande guerra - ele disse com desdém. - Estou em guerra contra o quê? O meu câncer. E o que é o meu câncer? Meu câncer sou eu.Os tumores são feitos de mim. Eles são feitos de mim tanto quanto meu cérebro e meu coração são feitos de mim. É uma guerra civil, Hazel Grace, a gente sabe quem vai vencer." pág.196
"Alguns infinitos são maiores que outros... Queria ter mais números do
que provavelmente vou ter...meu amor, você não imagina o tamanho da
minha gratidão pelo nosso pequeno infinito. Eu não o trocaria por nada
nesse mundo.Você me deu uma eternidade dentro dos nossos dias numerados,
e sou muito grata por isso.” pág.235
" - A tristeza não nos muda, Hazel. Ela nos revela." pág.259
" Os verdadeiros heróis, no final das contas, não são as pessoas que realizam certas coisas; os verdadeiros heróis são os que REPARAM nas coisas." pág.282
Ok, talvez eu não devesse postar tantos quotes assim - e não, não coloquei aqui todos os que eu marquei.
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Poxa esse livro parece ser perfeito! Me lembra um filme q vi e gostei muito "Inquietos" *-*
ResponderExcluirAdorei a resenha, através dela cheguei a conclusão de q tenho q ler esse livro!
bjs
Estou louca por este livro, falam maravilhas dele.
ResponderExcluirBjs, Rose.
Apesar da capa nao ser muito bonita , a historia parece boa , me identifico kkk
ResponderExcluir"É triste sem ser extremamente dramático e é engraçado sem ser estranho" não li nenhuma definição tão precisa quanto esta sobre o livro. Cada resenha que leio é esta sensação que tenho do livro. Só pelos quotes tenho certeza que vou adorar.
ResponderExcluir@luci_eleoteria
São pouquíssimos os livros que fazem com que o leitor se emocione e chore numa mesma página... Preciso comprar esse livro. Este ano, a Intrínseca está superando a cada ano. Incrível como uma editora "moderna" consegue selecionar bons títulos... Como diz o seu slogan: Publicamos poucos e bons livros.
ResponderExcluirEsse livro está na minha lista de próximas leituras. Uma história belíssima que mexe com os sentimentos do leitor e suas opiniões sobre a vida.
ResponderExcluirVocê ri, chora e quer mais. é assim lendo e depois quando acaba. um livro incrivelmente bom. inesquecível Hazel Grace ;)
ResponderExcluiresse livro é realmente maravilhoso, mas muito fininho... como você, também economizei na leitura para durar mais!! uma leitura que me lembrarei para sempre, com certeza um dos meus favoritos!!
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