Quote da Semana

"Se você vai tentar, vá até o fim.
Caso contrário, nem comece."

- Charles Bukowski.

Quotes da semana: Fernando Pessoa

Espaço para pequenos trechos, poemas e frases. Seja específico de um livro, ou de uma autor.
"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?"

No contexto da Primeira Guerra Mundial, surge o Modernismo, e com ele Fernando Pessoa - o poeta português mais conhecido de todos os tempos. Genial, criou  personagens diferentes, como múltiplas personalidades.

É impossível falar do autor e não citar seus principais heterônimos.

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
- Trecho do poema Tabacaria.

Em Tabacaria, o heterônimo usado é  Álvaro de Campos. Nesses poemas, Fernando Pessoa parece estar em uma crise existencial. Encara uma personalidade mais futurista e angustiado, decepcionado com as expectativas que colocou na modernidade.


Prefiro Rosas

Prefiro rosas, meu amor, à pátria,
E antes magnólias amo
Que a glória e a virtude.

Logo que a vida me não canse, deixo
Que a vida por mim passe
Logo que eu fique o mesmo.

Que importa àquele a quem já nada importa
Que um perca e outro vença,
Se a aurora raia sempre,

Se cada ano com a primavera
As folhas aparecem
E com o outono cessam?

E o resto, as outras coisas que os humanos
Acrescentam à vida,
Que me aumentam na alma?

Nada, salvo o desejo de indiferença
E a confiança mole
Na hora fugitiva."

Prefiro Rosas é do heterônimo Ricardo Reis. Ele possui um teor mais clássico em seus poemas, e seu lema é "Carpe Diem". 

"Não basta abrir a janela
para ver os campos e o rio.
Não é o bastante não ser cego
para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela."

Por último, Alberto Caeiro. Ele é o filosofo, que critica o fato do homem não conseguir ver as coisas de modo simples.

"Todas as cartas de amor…
Todas as cartas de amor são
Ridículas.

Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)"
Apesar de ter nascido em Lisboa, Fernando Pessoa foi educado na África do Sul. Por isso, escreveu muito de seus poemas em inglês. Além disso, foi tradutor de grandes autores, como Edgar Allan Poe.

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