Quote da Semana

"Se você vai tentar, vá até o fim.
Caso contrário, nem comece."

- Charles Bukowski.

Resenha: Casados com Paris por Paula Mclain.

" Quem era, afinal, aquele Ernest Hemingway?" pág.25

'Casados com Paris' procura revelar uma face desconhecida do escritor Ernest Hemingway ao debruçar-se sobre sua juventude durante o período em que foi casado com Hadley Richardson. Tendo como cenário a Paris da década de 1920, os chamados 'Anos Loucos', e narrado sob o ponto de vista da esposa, o livro conta a conturbada história de amor entre ela e o jovem Hemingway.

Estou começando essa resenha sem ter ideia de como ela vai sair. Um problema que acontece sempre que gosto muito de um livro.

Paris dos anos 20. Os anos loucos. Talvez a fase mais interessante dessa cidade maravilhosa. Onde intelectuais e artistas como; Pablo Picasso, James JoyceEzra Pound, Fitzgerald, Gertrude Stein e Ernest Hemingay eram facilmente encontrados bebendo e conversando em um bar - ou nos famosos cafés.

Eles eram atraídos pela beleza da cidade, pelo reconhecimento dos artistas, pela liberdade e pela ideia de que lá conseguiriam formar suas identidades. A cidade maravilhosa que parecia ter o poder de inspirar e abrir suas mentes.

Gertrude Stein chamou essa geração de "geração perdida" e não sei se concordo muito com ela. Estavam perdidos? Sim. Mas parece que na cidade conseguiram encontrar exatamente o que precisavam.

Casados com Paris é um biografia ficcional narrada pela primeira esposa de Enerst Hemingwat, Hadley Richardson - que ficou conhecida como " a esposa dos anos 20". Hemingway se casou quatro vezes e teve vários outros relacionamentos amorosos fora do casamento. É um escritor extremamente importante, um dos mais importantes de sua geração - que na verdade não tem um mais importante, afinal olhe os nomes dos intelectuais dos loucos anos 20.

O mais legal desse livro é que você vai conhecer o Hemingway antes da sua fama. Ele tentando se destacar, buscando inspirações e sendo seduzido por aquela Paris tão tentadora. É uma figura extremamente interessante esse Hemingway.

Hadley sempre foi vista como a mulher caipira de Hemingway. Nesse livro Paula Mclain vai explorar essa figura e vamos descobrir que ela não era só isso. Hadley era sempre quem "segurava as pontas", quem mantinha Ernest na sua sanidade, quem fazia suas vidas possíveis em Paris. Eu acredito que sem ela, Ernest jamais teria conseguido alcançar a fama e escrever seus livros.

Acompanhamos também todas as inseguranças de Hadley naquela Paris cheia de belas, intelectuais e independentes mulheres. Ela que era 8 anos mais velha que Ernest e acaba sempre se sentindo ameaçada por essas mulheres.

Arrisco dizer que Hadley foi a pessoa que mais conseguiu entender Ernest Hemingway.

O romance faz várias menções ao livro Paris é uma festa, um dos livros mais famosos do Hemingway. Depois da leitura de Casados com Paris, fiquei extremamente curiosa para lê-lo.

É um livro maravilhoso. Sem nenhum defeito. Você vai conhecer essa Paris curiosíssima com vários preciosos personagens. E garanto, o livro vai te esclarecer muitas coisas sobre essa Paris e sobre Ernest Hemingway, mas também vai despertar uma curiosidade gigantesca em você.

A única coisa que me deixa triste foi a infeliz tradução do título do livro que no original é " The Paris Wife " ( ou seja, A mulher de Paris ). Por favor, alguém me explique porque eles fazem isso com os títulos de livros e filmes? Acho que jamais conseguirei entender.

Leia e se apaixone.

Onde comprar o livro? SubmarinoExtraPonto Frio.

Quotes!

" E, afinal, o que era a felicidade? Conseguíriamos fingi-la, como insistia Nora Bayes? Conseguiríamos fazê-la brotar como um bulbo primaveril na cozinha ou esbarrar com ela numa festa em Chicago e contraí-la como um resfriado?" pág.14

" Quem era, afinal, aquele Ernest Hemingway?" pág.25

" - Não é o amor um belo mentiroso maldito?" pág.56

" Talvez a felicidade fosse uma ampulheta já correndo, os grãos caindo, peneirando uns aos outros. Talvez fosse um estado de espírito..., um país que você poderia esculpir no ar e depois dançar lá dentro." pág.57

" - Ouça o seu coração, mais nada.
  - Há muito a perder.
  - Sempre há - retrucou. " pág. 59

" - Você é sempre tão sensata, Ruth?
  - Só quando se trata da vida dos outros." pág. 59

" - Talvez, mas os monstros nem sempre tem essa aparência. Eles têm unhas limpas, usam garfo e falam o inglês da Coroa." pág.111

" - Perseguir o passado é um jogo nojento e podre, não é? " pág. 113

" Essa é uma das coisas que a guerra faz. Tudo o que se vê serve para substituir momentos e pessoas da vida anterior, até que não mais se consiga lembrar por que qualquer um deles importava. Não adianta não ser soldado. O efeito é o mesmo." pág.128


" - Um conto - disse ele - para cada coisa que sei. Que sei de verdade, em meus ossos e minhas entranhas." pág.188

" - A felicidade é tão terrivelmente complicada, mas a liberdade, não. Ou você está amarrada ou não está." pág.192

" - Eu às vezes gostaria que pudéssemos apagar todos os nossos erros e começar do zero, do início - comentei. - E às vezes acho que tudo o que nos resta são nossos erros." pág.235

" Há uma coisa que aprendi com tudo isso: ninguém que amamos está perdido para sempre." pág. 324

" Ele era, na verdade, um grande enigma - bom, forte, fraco e cruel. Um amigo incomparável e um filho da puta. No fim, nada havia a respeito dele que fosse mais verdadeiro que o resto. Tudo era verdade." pág. 328


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