Resenha: @mor por Daniel Glattauer.

Num e-mail enviado por engano, começa um relacionamento virtual que testa as convicções de Leo Leike e Emmi Rothner Ele, ainda digerindo o fracasso de seu último relacionamento, responde de forma espirituosa a duas mensagens enviadas por engano por ela, que, inicialmente, só queria cancelar uma assinatura de revista Depois, Emmi inclui Leo por engano entre os destinatários de um e-mail de boas festas Na terceira troca de e-mails, o mal-entendido dá lugar à atração mútua, reforçada pelo fato de um nunca ter visto o outro Nada como a curiosidade instigada por frases bem encadeadas chegando a intervalos regulares numa caixa postal eletrônica para que os dois se esqueçam dos possíveis impedimentos A cada dia, Leo e Emmi se sentem mais impelidos a marcarem um encontro Após trocas contínuas de mensagens, está claro para ambos que o marido dela e as feridas emocionais dele não serão obstáculos para que marquem um encontro O único obstáculo real é a insegurança de ambos quanto à transformação da fantasia em realidade A expectativa é uma faca de dois gumes e a realidade pode não estar à altura

Eis ai o livro mais encantador, hipnótico, divertido, criativo e surpreendente que você pode ter em mãos.

Estou apaixonada por esse livro de pouco mais de 180 páginas. Como essa resenha está sendo difícil de fazer, nenhum elogio vai conseguir se comparar ao livro.

Aviso: Não se deixe enganar por todas essas resenhas dizendo que o livro é excelente. Ele é MUITO melhor que isso.

Emmi Rothner,  quer cancelar sua assinatura em uma revista. E quer fazer isso por e-mail. É ai que ela faz uma pequena confusão com o endereço de e-mail e não manda uma e-mail para a revista e sim para Leo Leike. Ele lhe responde explicando que ele não trabalha na revista, e que ela não é a primeira que manda um e-mail para ele querendo cancelar uma assinatura dessa revista.
Ela se desculpa pela confusão e a conversa acaba por aí.
Até que no final de ano ela manda um e-mail automático para todos os seus contatos desejando um feliz natal e prospero ano novo.

" Sem assunto

  Feliz Natal e próspero Ano Novo.

  É o que lhe deseja Emmi Rothnner.

Fw:

Cara Emmi Rothner, nós mal nos conhecemos ou não nos conhecemos absolutamente. Contudo, agradeço pelo seu afetuoso e muitíssimo original e-mail coletivo! Sds, Leo Leike." pág. 8

E assim, os dois começam a trocar e-mails. Emmi é casada. Leo acabou de sair de um namoro. Os dois começam a conversar de modo despretensioso e vão criando uma dependência dos e-mails um do outro.

Você pode criar a quantidade de expectativas que você quiser para esse livro que ela será superada - perceba que ele superou totalmente as minhas expectativas, o que não é uma tarefa fácil.

Esse é um dos livros que entraram para a minha listinha de "esse EU queria ter escrito".

Ele faz jus a critíca, é realmente um dos diálogos amorosos mais inteligentes da literatura atual - critica do Dear Spiegel. 

E pense, um livro todo escrito por e-mails. A ideia é muito boa, mas a forma como o autor aborda tudo é que é maravilhosa.

Eu marquei tantas frases e trechos nesse livro! Aconteceu de ter mais de uma marcação na mesma página. Sem exageros - olhe a parte de quotes no final da resenha. Eu nem coloquei todos.

O final é de deixar qualquer pessoa louca. Cadê a continuação?

Outra observação. Daniel Glattauer já publicou vários livros e esse é o único publicado no Brasil. Como pode isso?

Leia por minha conta. É humanamente impossível não gostar desse livro.

Onde comprar o livro? Submarino/ Americanas/ Walmart/ Extra.

Assista ao book trailer:

Quotes!

" Fw:

Eu lhe desejo uma festa agradável e torço para que o ano que se avizinha entre para os 80 melhores de sua vida. E, caso a senhora tenha, nesse meio-tempo, feito a assinatura de dias ruins, cancele-os tranquilamente - por engano - comigo.

 Leo Leike." pág. 8

" Graças a uma revista ruim sabemos que vivemos na mesma cidade. Mas fora isso? Nada. Não há outras pessoas ao nosso redor. Não moramos em lugar algum. Não temos qualquer idade. Não temos rosto. Não distinguimos entre dia e noite. Não vivemos em tempo algum. Temos apenas nossos respectivos monitores, rigorosos e sigilosos por si só, e temos um hobby em comum: interessamo-nos respectivamente por uma pessoa completamente estranha. Bravo!" pág.19

" Quem procura uma aventura é porque não está vivendo uma. Não é verdade?" pág.59

" Penso muito em você, de manhã cedo, ao meio-dia, no fim da tarde, à noite, entre esses horários, e logo antes e depois deles - e também durante eles." pág. 73

" Escrever é como beijar, só que sem os lábios. Escrever é como beijar com a cabeça." pág. 76

" Tanto faz como você é. Eu me apaixonei por suas palavras." pág. 77

" Quando não dá certo com uma pessoa, nem sem ela, só existe uma possibilidade: em vez dela! " pág. 91

" A proximidade não é o fim da distância, mas sua superação. A ansiedade não é a falta da completude, mas sim a constante procura por ela e a repetida insistência em obtê-la." pág.91

" A gente conversou em silêncio. Só palavras vazias." pág. 128

" Tenho medo de te perder. Para mim tanto faz frear. Tanto faz parar. Tanto faz palavras vazias e silenciosas. Contanto que sejam palavras silenciosas e vazias COM VOCÊ, não sem você!" pág.130

" Re:

Isso me admira tanto em você, Leo. Você não quer saber seu eu tenho peitos grandes. Você quer saber se eu tenho um problema-com-peitos-grandes. Isso não é muito típico dos homens, e alguém poderia pensar que você tem uma síndrome-do-problema-dos-peitos-grandes em estado avançado." pág.133

"Re:

Não se pode repetir os velhos tempos. Como o nome já diz, esses tempos são velhos. Novos tempos não podem nunca ser como os velhos tempos. Quando se tenta, eles parecem tão somente antigos e gastos, como aqueles pelos quais se suspira. Não se deve nunca lamentar pelo tempo que passou. Quem lamenta pelo tempo que passou está velho e de luto." pág. 143

" O que é traição? Um e-mail? Ou uma voz? Ou um cheiro? Ou um beijo?" pág. 150

" Mas música é vida, enquanto ela soar, nada morre para sempre." pág.152

" Então, Leo, me diga: como você beija?

  

  (...) Eu beijo do mesmo jeito que escrevo." pág. 179