Resenha: Sangue na Neve por Lisa Gardner.

Estava ansiosíssima por mais um thriller policial dessa escritora magnífica. O livro anterior da autora, Viva para contar, entrou para minha lista dos melhores do género. Gostei tanto, que já havia reservado um dia inteiro das minhas férias - mais uma dose enorme de expectativas - para Sangue na Neve. E o melhor? Não ouve decepções.

"Quem você ama?

 É uma pergunta que qualquer um deve ser capaz de responder. Uma pergunta que define uma vida, cria um futuro, guia a maioria dos minutos do dia das pessoas. Simples, elegante, envolvente.

 Quem você ama?" pág.5

Toda a trama, a série de trágicos acontecimento, e os desfechos dessa historia, se baseam na resposta dessa simples- e ao mesmo tempo complexa - pergunta.

Livro novo da Lisa Gardner significa a volta da detetive D.D Warren  com mais um caso. A cena parece bem simples; uma policial espancada que acaba atirando em seu marido, em legítima defesa. Os hematomas no rosto da policial Tessa Leoni, e os antigos machucados, são provas inconfundíveis de brigas domésticas. O corpo estendido na cozinha, a arma a vista, são evidencias de uma defesa não planejada.

Todos os fatos apontam para um caso muito simples. No entanto, as coisas não são como parecem. Tessa Leoni tem uma filha de 6 anos, que está desaparecida. Ninguém vê a pequena Sophie desde antes da briga dos pais. 

E esse não é o único fato estranho; Brian Darby, o marido de Tessa Leoni, não aparentava ser um homem violento. Pelo contrário, sempre foi muito protetor com as duas. Todos que o conheceram não acreditaram que ele era capaz de bater em sua mulher. 

Ah! E claro, esqueci de mencionar que esse não é a primeira pessoa que Tessa Leoni mata "em legítima defesa".

A cada descoberta, o caso parece fazer menos sentido para D.D. Uma mãe, que tem sua filha como o centro de sua vida, seria capaz de fazer algo que pudesse machucá-la? 

D.D precisa correr contra o tempo, afinal Sophie pode estar em perigo - ou até morta. Ela precisa investigar a fundo e não confiar em ninguém. Afinal, nesse caso, nada é o que parece ser.

Confesso que passei o livro todo com uma raiva gigantesca de Tessa Leoni. Ela ,e sua cabeça de policial treinada, me irritaram muito. Na verdade, ler Sangue na Neve é como andar em ovos. A cada página minhas suspeitas, e opiniões, mudavam completamente. A história possui uma trama tão envolvente e bem planejada, que fica difícil largar o livro e/ou adivinhar alguma coisa.

Gosto muito da narrativa e do modo como Lisa Gardner não precisa deixar o surpreendente somente para o final. 

O espaço reservado para a vida pessoal de D.D também está presente nesse livro, embora não seja nem de longe o foco principal. Esse elemento proporciona uma quebrada na tensão, outra coisa que gostei bastante.

Se você gosta de literatura policial, se quer uma boa - e rápida - leitura, Sangue na Neve é uma excelente opção.

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Esse livro foi cortesia da editora Novo Conceito.